Até pouco tempo atrás eu imaginava que o épico filme Ben-Hur fosse apenas um antigo filme de sucesso e confesso que nunca tinha assistido ele por inteiro e o mesmo nem me chamava muito a atenção, (acho que por não gostar muito de filmes antigos), mas como quase todos, já tinha visto algumas partes em curtos trailers e reportagens na TV, principalmente a famosa cena da corrida de bigas. Recentemente descobri que o filme na verdade é uma adaptação de um livro, considerado um dos grandes clássicos da literatura mundial, cujo título original é Ben-Hur: A Tale of the Christ ou em algumas traduções: Ben-Hur: Uma história dos tempos de Cristo. Há cerca de três meses estive em uma exposição de livros em um shopping e alguns títulos me chamaram a atenção, eram adaptações resumidas de grandes clássicos da literatura, lançados pela Abril Coleções. Os livros me chamaram a atenção pois tinham boa qualidade gráfica, eram de capa dura e um detalhe que achei interessante (acho que porque também sou leitor de histórias em quadrinhos) é que os livros continham ilustrações, boas ilustrações, e estavam com um preço bem acessível, se não me engano paguei R$ 15,00 cada um e acabei levando pra casa quatro títulos, foram eles: Dom Quixote, Os três mosqueteiros, O retrato de Dorian Gray e Ben Hur. Durante minhas férias, em junho, acabei lendo Ben-Hur, agora comprei a versão completa do livro e estou lendo algumas partes inéditas (pra mim) e relendo outras. Ben-Hur - Uma história dos tempos de Cristo, é um romance escrito pelo escritor, general, advogado, diplomata e político Lew Wallace e foi lançado em 1880. O romance fictício nos conta a história de Judah Ben Hur, um judeu herdeiro de uma grande fortuna mas que por conta de um incidente é feito escravo e levado cativo para remar nas galeras romanas, tudo isso com a conivência de seu amigo de infância Messala. A obra é ambientada no ano 4 a.C. e a vida de Judah em vários momentos se entrelaça com a vida de Cristo, pois os mesmos são contemporâneos. O livro é muito bom, envolvente e surpreendente. Lew Wallace era um grande conhecedor da história e dos costumes dos judeus, dos romanos e dos povos árabes, por isso o livro é também um compêndio de informações históricas, e, pra quem gosta desses temas a leitura se torna ainda mais saborosa. Uma informação muito interessante que li na introdução do livro e foi um dos motivos que me levaram a escrever esse texto e posteriormente assistir o filme, foi o fato de que Ben-Hur foi escrito em decorrência de uma aposta. Abaixo transcrevo, como na introdução, os detalhes dessa aposta: “Um dia, no ano de 1876, viajando de trem com o amigo Robert G. Ingersoll pelo Estado americano do Missouri, Wallace impressiou-se com a quantidade de torres de igrejas na cidade de Saint Louis. Sem nenhuma convicção sobre a existência de Deus ou de Cristo e indiferente em relação à religião, não entendia como tanta gente podia ter fé. Uma vez que já havia escrito dois livros, o amigo lhe sugeriu que escrevesse outro provando que Jesus Cristo nunca havia existido, que as escrituras não deveriam ser levadas a sério e que o cristianismo era um mito. Se ele consegui-se fazê-lo, ficaria famoso. Wallace aceitou o desafio e, durante dois anos, pesquisou a vida de Cristo em inúmeras bibliotecas. Quando resolveu estudar a Bíblia, acabou convencendo-se da existência de Deus. Ele escreveu: 'Comecei a escrever um livro para provar que Jesus Cristo nunca existiu e, quando me dei conta, estava provando que Ele de fato existiu'.” (Ben-Hur Um conto sobre o Cristo. Coleção O Prazer da leitura; v. 2. Abril Coleções). Achei interessante porque a intenção inicial de Wallace era desmerecer o cristianismo e provar que Jesus era uma farsa, mas após dois anos de estudo ele terminou por se converter e seu livro se transformou em um dos maiores testemunhos da fé cristã. O livro já foi adaptado várias vezes para o teatro, para o cinema e para a TV. A mais famosa adaptação foi feita para as telas do cinema, dirigida por William Wyler, lançada em 1959 com mais de três horas de duração e ganhadora de 11 (onze) Oscars. Esse é o épico filme que mencionei no primeiro parágrafo que até então nunca tinha assistido (mas que agora já assisti). O filme realmente é muito bom, tem um ótimo roteiro, não entendo muito das partes técnicas, mas me parece que foi muito bem produzido e dirigido com efeitos e cenas muito bem elaboradas, ainda mais se formos levar em consideração o ano de sua produção e os recursos tecnológicos da época, agora, como quase todas as adaptações, o filme possui alguns trechos que não foram tão fiéis ao livro, mas nada que seja capaz de tirar o mérito dele. Por falar em adaptação, acabei descobrindo que um remake em 3D sairá agora dia 18/08 nos cinemas brasileiros. Pelos trailers que vi parece ser bom. No elenco estarão nomes como Jack Houston, Morgan Freeman e o brasileiro Rodrigo Santoro. De acordo com uma matéria publicada no O Globo, a produtora executiva Roma Downey, disse que a nova versão está mais fiel à obra de Wallace. Por último, mas não menos importante pretendo fazer um pequeno paralelo com a questão política e cultural que vivemos em nosso país. Quero lembrar que muitos tem falado, e eu concordo, que as pautas progressistas/esquerdistas ao longo dos últimos anos tem tido predominância na cultura e na política e a melhor forma de mudar isso é ocupando espaços, produzindo e também consumindo cultura e ideias de direita, conservadora e cristã, logo, ir assistir filmes, peças de teatro, comprar livros, revistas, etc, pode ser uma forma de ocupar espaços e mostrar prestígio pela produção, ao contrário da esquerda, nós sabemos que não existe almoço grátis e por uma questão de lógica, sem apoio do governo, o mercado, os escritores, os produtores, os diretores, os editores e demais envolvidos com produção cultural, caso não tenham a intenção de fazer caridade, só irão e poderão continuar produzindo obras do gênero se obtiverem lucro. Em um diálogo em aproximadamente 13:36s no filme dirigido por Wyler, é perguntado a Messala como se combate uma ideia e o mesmo responde: Com outra ideia! Então, por isso tudo, acho que vale a pena ir conferir o filme, prestigiar e produzir idéias conservadoras e de direita. Por: Rodrigo Fabbio. Abaixo trailer do novo filme. |
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Outubro 2016
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