A foto onde uma babá aparece empurrando um carrinho de bebê acompanhada dos patrões tem sido usada por blogs e canais de mídia esquerdistas como argumento para desmerecer os protestos contra o governo da presidente Dilma Roussef, ocorridas hoje (13/03/2016). Essa foto e outros memes semelhantes são o tipo de "argumento" utilizado pelos esquerdistas, por petistas e isentões para desqualificar o protesto. Mas o que a foto realmente mostra? Ao meu ver, e para milhares de outras pessoas, a foto mostra o que realmente ela aparenta ser, uma família, provavelmente de classe média, que trabalha, paga impostos, que pode empregar uma babá e que está indo exercer o direito cívico de se manifestar. Aliás, em tempos de crise, acredito que a babá deve estar contente de ter um emprego. Para os petistas e demais esquerdistas, acredito que nessa foto eles devem ver uma negra, sendo escravizada pelos brancos, açoitada por chicotes e sendo obrigada a empurrar o carrinho de bebê, só assim para explicar tamanha revolta ao ver essa imagem. Nada mais fora do contexto e da realidade. E por quê muitas pessoas usam e plantam esse tipo de opinião em canais de mídias factoides, e outras acreditam nesse tipo de argumentação, seja por fotos, memes ou até mesmo textos ou oratórias? Bom, com relação as pessoas que plantam e disseminam esse tipo de argumento, sem lógica, sem elaboração, sem conexões cognitivas, parece que assim o fazem por ser um tipo de estratégia. Toda vez que vejo esse tipo de argumentação lembro de dois artigos que li. O primeiro é uma reportagem para o El País, na qual Flávio Morgenstern fez o seguinte comentário: […] Manuel Castells, um dos grandes ideólogos de esquerda, em seu último livro, chamado Redes de Indignação e Esperança, fala que é preciso trabalhar com sentimentos; o argumento vem depois. (ênfase acrescentada) ( https://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/21/politica/1437508679_454423.html ) O segundo é um artigo escrito pela Ruth de Aquino intitulado: A pátria que deseduca. Publicado na revista ÉPOCA, n. 867. Nesse artigo a colunista faz uma análise da educação no Brasil, mas o primeiro parágrafo é uma espécie de revelação, de resposta, pois mostra a quem interessa ter uma educação tão ruim como a nossa. Pelas palavras dela: "A quem interessa um povo que não sabe raciocinar, não sabe ler, não sabe escrever, não sabe argumentar? A ninguém, apenas a ditadores. " Dessa forma a esquerda utiliza da falta de conhecimento, da falta de educação das massas, do sentimentalismo exacerbado, para tentar, influenciar as pessoas, e em muitos casos eles tem conseguido êxito, pois infelizmente estamos em um país onde a educação é desvalorizada, de propósito, muitas vezes usada como instrumento não só para disseminar ideologias, mas a educação tem se mostrado como um aparelho para destreinar as pessoas do uso do intelecto e da razão, assim sendo elas tendem a usar cada vez menos a racionalidade e acreditar cada vez mais nesse tipo de "argumento" sentimentalista. Em suma, acreditar nos argumentos da esquerda muitas vezes é como acreditar em propagandas de cigarro, de refrigerante ou cerveja. Quando vemos essas propagandas é comum termos os sentimentos manipulados, porém, ao analisar mais friamente, sem a influência das imagens, das músicas ou personagens, vemos que a propaganda não condiz com a vida real. Por fim deixo aqui a resposta que o próprio homem que aparece na foto, o Sr. Pracownik Claudio, deixou em seu Facebook para responder àqueles que usaram a imagem para deslegitimar o protesto. "Sí Pasarán! Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais. Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro. A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito. Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus. Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século. Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos. Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária." Vejam também a entrevista com a babá, que por sinal é bem interessante: ‘O pobre é que sofre’, diz Angélica, babá de foto polêmica em manifestação Por: Rodrigo Fabbio Artigo escrito em: 13/03/2016
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Setembro 2020
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